
Optar por "fazer a coisa certa" na área de eficiência energética não é mais lucrativo. Queremos ser Empresa e silenciar nossa consciência ética ditada pelo mercado.
Queremos cada dia ser mais verdes, mais sustentáveis, mais eficientes, do padeiro ao grande arquiteto em suas obras-primas. Os meios de comunicação incentivam e destacam uma questão que até poucos anos atrás apenas algumas empresas e o astuto “Eco” procuravam evidenciar num mercado espanhol notavelmente fechado com um custo extra em qualquer edifício fornecido.
Que fique claro que concordo plenamente em estudar e implementar a eficiência energética em edifícios. Mas tenho dúvidas sobre a implantação. Os processos, estudos e materiais para alcançar a Eficiência Energética adequada levam a construções com investimentos que a classe média e baixa espanhola não podem realizar, são construções significativamente mais caras. E se olharmos para o nosso portfólio!… Bom, não somos para festas. Se a reivindicação do governo - como já aconteceu em outros países - é recompensar quem consome menos, (por exemplo) quem tem mais dinheiro porque economiza energia com o pagamento e compra de obras sustentáveis. É então um prêmio duplo? Há algo que não me fecha nesta economia de energia no Edifício.
A demanda do mercado impulsiona o “Edifício Verde”, também chamado de Edifício de Alta Eficiência Energética. Não que eu diga isso! … Aqui está o relatório “Tendências Mundiais de Edifícios Verdes - Benefícios para o Negócio que Impulsionam Novas e Modernizações de Oportunidades de Mercado em Mais de 60 Países”. O documento é extraído de um estudo da McGraw-Hill Construction com empresas de 62 países ao redor do mundo. As empresas incluem arquitetos, engenheiros, empreiteiros, consultores e proprietários de edifícios.
De acordo com os dados divulgados, as empresas estão a mudar os seus negócios para a construção sustentável -com mais Eficiência Energética- com 51% dos inquiridos a afirmar que mais de 60% da sua atividade é sustentável até 2015. Isto representa um aumento significativo de 28% na resultados esperados para 2013 e muito mais se compararmos com os 13% de 2008.
Outro destaque do estudo é que o melhor incentivo para a construção verde foi "fazer a coisa certa". No entanto, em 2012, os fatores fundamentais para impulsionar o desenvolvimento desta atividade têm sido a procura dos clientes e do mercado.
Senhoras e senhores, não se enganem, este já é um negócio e muito lucrativo. O padeiro e o arquiteto cunharam "Eco" para vender mais e não para silenciar suas consciências. Se somarmos ao presente os subsídios de Governos e Administrações que surgem de forma alarmante, teremos um modelo de negócio "perfeito" para as empresas. Sem falar nos voltados para produtos eficientes, mídia, gadgets que não são sustentáveis por si só, se não são lucrativos não vale a pena.
O campo da Eficiência Energética é uma questão de vontade; mas não apenas de vontade política; mas de vontade social. A sociedade deve estar ciente do porquê deve ser Eficiente: economia econômica, maior desempenho nas instalações, maior durabilidade das mesmas; mais conforto. Maior ética entre os profissionais da construção e uma implicação seria da administração com demandas pautadas em regulamentos; e maior controle quanto ao seu cumprimento, para que os subsídios não fiquem em ouvidos moucos ou nas mãos do negro empresário.
Espero que o novo Plano de Habitação 2013-2016, que inclui diversos tipos de subsídios, cumpra o rigor que penso que todos esperamos para melhorar a nossa qualidade de vida e a da casa onde vivemos “Call it Earth” ainda um pouco.
…
De OVACEN