
Reciclar não é para os pobres, como alguns ainda podem acreditar. A reciclagem é atualmente uma necessidade. Fazer isso significa apostar no sustentabilidade, isto é, para um mundo com futuro. Mas não só, porque a reciclagem também pode se tornar a tábua de salvação para sair da pobreza ou, pelo menos, para lidar melhor com ela.
Um barco em breve, posso pensar em duas maneiras de fazer isso: por meio políticas públicas ou por meio de iniciativas privadas. Infelizmente, as políticas de pobreza e reciclagem têm poucos exemplos práticos.
Reciclar sabonetes usados
No Haiti, encontramos uma iniciativa lançada pela sociedade anônima Anacaona, uma empresa de reciclagem para sabonetes que planejou uma maneira de reduzir o desperdício e empregar muitas mulheres que se encontram em uma situação de vulnerabilidade.
A ideia é muito simples: os sabonetes deixados pelos hóspedes dos hotéis de luxo do país são reciclados, praticamente sem uso. Especificamente, já existem 25 hotéis que colaboram com esta atividade. Para isso, as sobras utilizadas são recolhidas para reciclagem e, em troca, recebem as que foram recicladas.
O processo atende às condições higiênicas e sanitárias necessárias, com as quais os sabonetes são desinfetados, para serem ralados e derretidos. Finalmente, os sabonetes prontos para uso são obtidos novamente.

Habitação social com tijolos reciclados
A Conceptos Plásticos, empresa solidária colombiana, criou tijolos de plástico reciclado cuja forma facilita sua montagem para construir casas de forma rápida e econômica. Mais um exemplo de solidariedade com os mais necessitados, no cuidado com o meio ambiente.
O custo de uma casa com cerca de 40 metros quadrados rondaria os 4.500 euros. Uma casa média precisa de cerca de 1.300 tijolos, cuja fabricação significa despejar resíduos plásticos, que são triturados, aglutinados, derretidos e, por fim, extrudados.
Atualmente, eles estão construindo casas para ONGs ou pessoas que podem pagar por elas, já que são muito baratas. Se o plástico é coletado para ajudar na fabricação dos tijolos, também ajuda a iniciativa, diminuindo o custo final.

Reciclar tênis usados
Neste caso, é mais uma reutilização do que um reciclando. O projeto, promovido pelo Instituto Secundário Europeu de Madrid, promove a campanha de solidariedade #RUNCYCLE, que conta com a colaboração de Runnics e outras organizações.
Terminou ontem, dia 20 de Junho, e consistiu na recolha de ténis usados para lhes dar uma segunda vida nos pés de jovens e crianças moçambicanas. Além disso, os sapatos são acompanhados de desenhos e cartas personalizadas por crianças que colaboram em uma iniciativa tão bonita.
Embora seja inevitável desejar que logo aqueles crianças eles podem comprar tênis com seu próprio dinheiro. Eu sei quantos os pequenos daquele país serão gratos e os receberão com tanta alegria como se fossem novos.

Objetivo: reciclar água
Neste caso, o rascunho é um desiderato. Ou seja, ainda não foi realizada, mas é reivindicada como uma medida para ajudar as pessoas que não têm água potável em suas casas. Juan Javier Carrillo Sosa, pesquisador da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), lembra que um em cada dez mexicanos não tem acesso.
Em muitas partes do mundo, como é bem sabido, a água potável também é um luxo inacessível para muitos. Um problema de primeira ordem cuja solução ajuda a combater a pobreza, como enfatiza o especialista.
Colocar água à disposição de todos, para ele, exige reciclagem. Nem todos os casos são iguais, mas ele propõe fazê-lo dado que não é distribuído de forma equitativa e o disponibilidade irregular dependendo do local e da hora. Acima de tudo, aludindo às desigualdades que existem no seu país no que diz respeito à sua distribuição.
Para melhorar a situação, ele se propõe a investir em infraestruturas que auxiliam na sua reciclagem, especificamente no tratamento de efluentes, bem como na captação de águas pluviais. Isso sem dúvida ajudaria a combater a pobreza e também a conservar o meio ambiente.

Sacos de sacos plásticos
Esta iniciativa começou em Chamcar Bei, um localização da província de Kep, na costa do Camboja, e agora se espalhou para outros municípios próximos também. A chave do sucesso não é outra senão ter obtido gratuitamente uma matéria-prima para tecer acessórios de moda, como bolsas.
Como se não bastasse, essa matéria-prima também é transformada para seu uso de forma ecologicamente correta, pois basta converter o bolsas a partir de plástico que estão nas ruas em bolas para tecer. Claro, a própria atividade de coleta de resíduos supõe um cuidado ambiental de grande valor. Em última análise, o resultado são cidades mais limpas e uma oportunidade de trabalho para as pessoas abaixo da linha da pobreza.

Conclusões.
O objetivo, no entanto, tem uma lógica que é consistente com as tendências na política europeia e global. Mais uma vez, a palavra sustentabilidade é a chave, assim como políticas inclusivas, que ajudem a população marginalizada a deixar de sê-lo.
Em suma, seria uma forma de convergir o sustentabilidade econômica e ambiental fazendo justiça social. Um campo em que ainda estamos encobertos, mas a que conduzem os sinais dos tempos, da mesma forma que a fórmula do Comércio Justo está a avançar.
Mas essas políticas são a exceção. Reciclar e combater a pobreza é um binômio com grande potencial que ainda não começou a ser aproveitado. No nível privado, entretanto, os projetos proliferam, como veremos a seguir. Aos poucos, é verdade, mas cada iniciativa é digna de comemoração e, por que não, também um exemplo que pode se espalhar.
Se você quiser ler mais artigos semelhantes a 5 projetos de reciclagem contra a pobreza, recomendamos que você entre em nossa categoria Reciclagem e gerenciamento de resíduos.