Viabilidade econômica de construção com eficiência energética

Análise da viabilidade econômica de edifícios com eficiência energética

Neste artigo pretendemos resumir as conclusões obtidas por este interessante estudo técnico realizado pela Ecofys para o Grupo de Trabalho de Construção Sustentável da Fundación Entorno-BCSD Espanha. Nele, é realizada uma simulação dinâmica do comportamento energético de diversos edifícios de uso residencial e terciário em diferentes cenários, bem como um estudo de viabilidade econômica das diferentes soluções de melhoria propostas.

Objetivo e escopo do estudo:

São analisados dois tipos de edifícios, um para habitação multifamiliar de uso residencial com 3 pisos e outro para uso terciário de escritórios com 14 pisos, em dois períodos construtivos distintos (edifícios regidos pela norma básica NBE-CTE-79 e em um segundo caso pelo Código Técnico CTE-06), e em três zonas climáticas diferentes Madrid (D3), Barcelona (C2) e Santander (C1), o número total sendo 2x2x3 = 12 cenários diferentes.

Para cada um dos cenários, o estudo propõe a aplicação de um conjunto de medidas de melhoria visando a obtenção de edifícios com elevado índice energético, sempre a partir daquelas hipóteses ou situações que se podem assumir e, claro, técnica e economicamente viáveis em cada uma delas. as situações. Estas melhorias estão agrupadas em três grupos: por um lado, estão incluídas as soluções passivas que visam reduzir a demanda de energia (etapa 1), por outro lado, as soluções que envolvem a aplicação de energias renováveis (etapa 2) e finalmente a introdução de equipamentos de aquecimento, refrigeração e / ou iluminação com eficiência energética (etapa 3). Essas três etapas compõem a proposta que o estudo denomina de tríade energética. Desta forma, dois casos ou conceitos de energia são estudados, o caso CE 1 que inclui apenas as medidas da etapa 1 (reduzir a demanda), e o caso CE 2 que inclui as medidas das etapas 1, 2 e 3 (reduzir + renováveis + eficiência).

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Habitações multifamiliares existentes.CASO 1:

Medidas de melhoria propostas para habitações multifamiliares existentes:

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CASO CE 1:

Melhoria do isolamento térmico de fachadas (9-10 cm.)

Melhoria do isolamento térmico das coberturas (12 cm).

Substituição das janelas (Novo: moldura U = 2,2 com vidro duplo)

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CASO CE 2:

Energia solar térmica cobrindo 60% da contribuição solar.

Substituição da caldeira individual existente para AQS e aquecimento por:

DHW: Aquecedor individual a gás.

AQUECIMENTO: Bomba de calor de alta eficiência (COP = 3,2).

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Resultados obtidos: Economia de energia (Gráfico 1) e redução de CO2 (Gráfico 2)

Nova habitação multifamiliar.CASO 2:

Medidas de melhoria propostas para novas habitações multifamiliares:

CASO CE 1:

Melhoria do isolamento térmico das fachadas (5-6 cm) face ao determinado pelo CTE.

Melhoria do isolamento térmico das coberturas (4 cm) face ao determinado pelo CTE.

Substituição das janelas (Novo: moldura U = 2,2 com vidro duplo)

CASO CE 2:

Energia solar térmica cobrindo 60% da contribuição solar.

Caso de referência com caldeira combinada a gás individual e ar condicionado individual (EER = 3), propõe-se a substituição por:

AQS e AQUECIMENTO: Caldeira de biomassa centralizada.

REFRIGERAÇÃO: Bomba de calor centralizada de alta eficiência (EER = 4).

Difusão de frio e calor por piso radiante.

Resultados obtidos: Economia de energia (Gráfico 1) e redução de CO2 (Gráfico 2)

Prédios de escritórios existentes. CASE3:

Medidas de melhoria propostas em edifícios de escritórios existentes:

CASO CE 1:

Melhoria do isolamento térmico de fachadas (9-10 cm). Estado inicial sem isolamento.

Melhoria do isolamento térmico das coberturas (12 cm). Estado inicial sem isolamento.

Substituição de janelas (novas, moldura U = 5,7 com vidro duplo (U = 1,4 eg = 0,42) com revestimento de baixa emissividade,

estado inicial (moldura U = 5,7 e vidros duplos (U = 2,7 eg = 0,76).

Melhoria com sistema de ventilação automática no período noturno.

CASO CE 2:

RENOVÁVEL:

Energia solar fotovoltaica no telhado.

AR CONDICIONADO:

Substituição da caldeira a gás centralizada existente e planta de resfriamento de ar-água por:

Caldeira de biomassa centralizada e planta de refrigeração ar-água mais eficiente.

Resultados obtidos: Economia de energia (Gráfico 1) e redução de CO2 (Gráfico 2)

Novos edifícios de escritórios. CASO 4:

Medidas de melhoria propostas em novos edifícios de escritórios:

CASO CE 1:

Melhoria do isolamento térmico das fachadas (5-6 cm) face ao determinado pelo CTE.

Melhoria do isolamento térmico das coberturas (4 cm) face ao determinado pelo CTE.

Substituição de janelas (novas, moldura U = 2,2 com vidro duplo (U = 1,4 eg = 0,42),

estado inicial com valor de transmitância de furo determinado pelo CTE.

Melhorado aumentando a eficiência do RITE do sistema de recuperação de calor (44-85%).

CASO CE 2:

RENOVÁVEL:

Energia solar fotovoltaica no telhado.

AR CONDICIONADO:

Substituição da caldeira a gás centralizada existente e planta de resfriamento de ar-água por:

Caldeira centralizada a gás com bomba de calor geotérmica e piso radiante (quente e frio).

ILUMINAÇÃO:

Sistema de regulação de iluminação.

Substituição das luminárias fluorescentes T8 por T5.

Resultados obtidos: Economia de energia (Gráfico 1) e redução de CO2 (Gráfico 2)

Conclusões mais relevantes do estudo:

HABITAÇÃO MULTIFAMÍLIA EXISTENTE: Podem ser alcançadas grandes poupanças de energia, entre 72% e 78%, de forma que as medidas de melhoria que mais contribuem para este objetivo são o isolamento térmico da fachada e cobertura e a substituição de janelas juntamente com a implementação de energia solar térmica., que, conforme indicado no documento, é a medida que atinge as maiores reduções.

NOVA HABITAÇÃO MULTIFAMÍLIA: Neste caso, as poupanças de energia oscilam entre 24-39% do consumo total de energia da casa, sendo novamente o isolamento térmico de fachadas e tectos juntamente com a melhoria das janelas as medidas que mais contribuem. No entanto, o cenário alcançável nos levaria a um edifício com a maior classificação energética em todas as zonas climáticas analisadas, de forma que sejam alcançadas reduções significativas nas emissões, entre 78-97%, que seriam alcançadas com a inclusão de uma biomassa de caldeira para AQS e aquecimento.

EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS EXISTENTES: Podem ser alcançadas poupanças entre 62% e 64% no consumo de energia, de forma que as medidas de melhoria que mais contribuem para este objetivo são o isolamento térmico da fachada e cobertura e a substituição das janelas, juntamente com a melhoria do sistema. de ar condicionado. A redução de emissões atinge entre 64-67%, sendo a caldeira de biomassa a medida que mais contribui. O edifício assim reabilitado pode atingir uma classificação energética B.

NOVO EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS: O intervalo de melhoria do consumo de energia oscila entre 57% e 63%, de forma que as medidas de melhoria que mais contribuem são o isolamento térmico da fachada e telhado e a substituição das janelas, e o aumento da eficiência do sistema de aquecimento recuperação, regulação da iluminação e beneficiação do sistema de ar condicionado. As emissões podem ser reduzidas entre 52-55%, sendo a medida mais importante o uso de um sistema de troca geotérmica, uma vez que gera um grande aumento na eficiência total do sistema de ar condicionado. O prédio de escritórios recém-construído com esses critérios poderia atingir uma classificação energética B.

Em relação a estudo de viabilidade econômica, apresenta conclusões e reflexões muito interessantes, que se resumem no quadro seguinte:

Artigo preparado por Jose Luis Morote Salmeron (Arquiteto Técnico - Gerente de Energia - Perfil do Google plus) Acesso ao site AQUI, em colaboração comOVACEN.

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